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Jason Rosenthal fala sobre amor, perda e vida

Há três anos, Amy, esposa de Jason B. Rosenthal, escreveu um texto que viralizou nas redes, chamado “You May Want to Marry My Husband”. Pouco tempo depois, ela perdeu a batalha contra o câncer de ovário. Foi então que Jason decidiu reavaliar o trabalho da vida dele. Ele conversou com o Squarespace sobre como está lidando com a perda nesse momento de crise e sobre a mensagem mais ampla de resiliência e crescimento que busca transmitir. 

SQUARESPACE: Seu novo livro autobiográfico, ‘My Wife Said You May Want to Marry Me,’ foi publicado recentemente. A pandemia mudou a forma como você gostaria de contar a sua história para o mundo?

Jason Rosenthal: Sim. Eu tinha uma turnê de divulgação programada. Um dos motivos pelos quais a minha história pessoal é tão significativa para as pessoas do mundo todo é a minha capacidade de conexão com as pessoas que querem me contar suas histórias de perdas. É muito importante olhar as pessoas nos olhos e desenvolver uma conexão profunda em relação a uma história de perda. No fim das contas, como eu disse antes, uma perda é sempre uma perda. Quando compartilhamos uma história muito pessoal, entendemos melhor uns aos outros. Mas enfim, foi uma reviravolta para mim, como para todos. O país e o mundo tiveram que enfrentar problemas bem mais importantes do que as histórias dos escritores de livros, como eu. Estamos em plena pandemia global, algo que ninguém imaginou. Além disso, com o assassinato de George Floyd, vieram à tona grandes discórdias sobre o racismo estrutural prevalente no nosso país. Espero que seja possível encontrar uma maneira de comunicar nossas experiências pessoais para nos entender melhor.

SQSP: Que lição você espera que as pessoas aprendam com a sua autobiografia?

JR: Meu livro está dividido em 3 partes: amor, perda e vida. Espero que as pessoas entendam como é maravilhoso ter um relacionamento significativo e generoso e uma vida em família. A parte do meio é difícil de ler porque se concentra no fim da vida de Amy e na morte dela. Nessa parte, somos forçados a confrontar questões sobre as quais não gostamos muito de conversar aqui nesse país, como o fim da vida. Por último, temos o tema de resiliência. Não é um caminho fácil, e dou vários exemplos de pontos a trabalhar para encontrar a resiliência em nós mesmos.

SQSP: Muitas pessoas estão lidando com perdas de várias formas diferentes durante a crise. O que foi mais útil para você encarar o mundo novo depois da perda?

JR: Precisamos aceitar que essa experiência que estamos vivendo, na verdade, é uma forma de perda; e o luto por essa perda é normal e importante. Reconhecendo isso, com o tempo, podemos começar a reaprender como é sentir alegria. Foi assim com a minha família maravilhosa. Segui a minha paixão pela música, que gerou emoções únicas. Aceitei os contatos dos meus amigos maravilhosos. No fim das contas, comecei a praticar a atenção plena e também a meditar todos os dias, e isso ajudou bastante. 

SQSP: Você também trabalha para homenagear o legado de Amy na Amy Krause Rosenthal Foundation. Como a criação dessa organização ajudou no seu processo de cura?

JR: Aproveitei essa oportunidade de começar de novo para criar uma fundação em homenagem à Amy, com duas missões: a primeira é conscientizar as mulheres e os profissionais de saúde sobre a importância da detecção precoce do câncer de ovário. As estatísticas mostram que a detecção precoce do câncer de ovário pode levar o índice de sobrevivência a 90% em 5 anos. Na maioria dos casos detectados em etapas tardias, o índice de sobrevivência é de apenas 20%. A segunda é um programa de alfabetização infantil. Doamos dezenas de milhares de livros para crianças em todo o país.

Montar essa fundação e trabalhar nela foi uma das coisas mais significativas que eu já fiz, e estou muito empolgado para continuar com esse ótimo trabalho daqui para frente.

SQSP: Os acontecimentos recentes mudaram a maneira como você utiliza sua presença on-line para divulgar sua autobiografia e promover a fundação?

JR: Com certeza. Exceto nas últimas semanas, usei muito mais as minhas contas nas redes sociais. São plataformas divertidas e criativas. As redes sociais têm uma conotação negativa, mas para mim essas plataformas foram uma boa maneira de apresentar meu livro para o mundo. Também fiz algumas transmissões ao vivo, que foram um jeito ótimo de me conectar com muitas pessoas no mundo todo.

Nossa fundação também é muito ativa nas redes sociais. Nelas, dá para ver muitos trabalhos da Amy e acompanhar as nossas atividades.

SQSP: Qual será o seu próximo projeto?

JR: Estou trabalhando no meu famoso espaço em branco. O presente que Amy me deu no final do belo artigo que escreveu.

Valorizo muito o que vivi com Amy. Levei um bom tempo para chegar a essa aceitação, é claro, porque o luto é complexo e implacável. Mas eu e todas as pessoas que passaram por um período intenso de luto somos sortudos. Isso significa que tivemos a sorte de amar muito, senão a perda não seria tão dolorosa.

Em relação a projetos específicos, estou trabalhando em algumas coisas que ainda não estão muito avançadas, então não dá para comentar. Mas já aceitei esse novo capítulo, minha página vazia, como oportunidade de me desafiar, de crescer e ser um cidadão melhor, uma pessoa melhor e um bom pai. 

Pretendo continuar me desafiando profissionalmente com trabalhos significativos.

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